HIV #19 | Navio dos Loucos
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"Se você quer saber como eu me sinto, vá a uma laboratório ou um labirinto. Seja atropelado por esse trem da morte." Assim cantava Cazuza no seu último ano de vida. Aos 32 anos. Um dos maiores cantores da música brasileira morreu no meio de uma epidemia. Mais precisamente 9 anos depois do início dessa epidemia. Em 1981 os cientistas descobriram o HIV, vírus causador da AIDS. Uma doença avassaladora que chocou o mundo nos seus primeiros 15 anos. Pegar o HIV entre os 1981 e 1995 era praticamente sinônimo de morte. Morte física pois o corpo não resistia ao ataque das doenças oportunistas. Morte social, pois a AIDS era chamada de a "peste gay" ou "Cura gay". Ninguém queria ficar perto de um HIV positivo. A ignorância e a desinformação sobre as formas de contágio criavam uma atmosfera perversa em torno dos contaminados. Não bastasse isso, o preconceito contra os homossexuais e transexuais era violento. Pastores, padres, todos se pronunciando sobre os "culpados". Como de costume nas epidemias os médicos são sempre os menos ouvidos. Hoje no Brasil são quase 1 milhão de pessoas com HIV positivo. Diferente do início da doença e graças a avanços incríveis da medicina hoje as pessoas conseguem ter uma vida normal e saudável, porém que exige uma série de cuidados e de remédios. Atualmente por estimativa do ministério da saúde existem cerca de 135 mil pessoas que tem HIV e não sabem. Num momento da nossa história onde políticos canalhas falam em KIT GAY nos debates para prefeitura do Rio de Janeiro, a nossa juventude cresce cada vez mais desinformada no presente, e sem nenhuma dimensão do significou a AIDS no auge da crise. No episódio de hoje apresentamos um pouco dessa história triste, mas necessária. Aqui não tem fundamentalista religioso e nem canalha negacionista. A história é pedagógica e espero que esse episódio possa conscientizar vocês. Usem camisinha!
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